Combater o racismo nos estádios de futebol: uma responsabilidade de todos
Vinicius Junior, jogador brasileiro do Real Madrid, mais uma vez foi vítima de ofensas racistas em um estádio de futebol na Espanha. É crucial que este episódio vergonhoso traga consequências efetivas.
Vini Jr., como é conhecido, foi hostilizado pelos torcedores do Valencia, que o chamaram de "macaco" de forma gritante, chegando ao ponto de o locutor do estádio intervir para cessar os insultos. O jogador brasileiro denunciou um dos agressores ao juiz da partida, mas acabou sendo expulso após uma briga entre os atletas em campo.
Um levantamento da BBC Brasil revelou que Vinicius Junior enfrentou 10 casos semelhantes desde 2021, sendo 6 deles somente neste ano.
Além dos atos repugnantes nos estádios, em janeiro, um boneco negro com a camisa de Vini foi pendurado pelo pescoço na capital espanhola, antes de um jogo contra o arquirrival Atlético de Madrid.
Como estrela global do esporte, é natural que esses episódios ganhem maior repercussão, mas infelizmente, a resposta a essas ofensas tem se limitado à repulsa da opinião pública.
Existem leis nacionais que criminalizam manifestações de racismo e regulamentos esportivos que permitem punir condutas inaceitáveis. O Código Disciplinar da Fifa, por exemplo, busca coibir a discriminação com base em cor, etnia, origem social, gênero e orientação sexual.
Os organizadores e atores do futebol não podem esperar apenas pela ação das autoridades. É encorajador que o Valencia esteja identificando os responsáveis pelas ofensas a Vini e pretenda proibir sua entrada no estádio.
Há pessoas que frequentam os estádios para expressar preconceitos e agressividade, representando uma ameaça à coletividade. A Inglaterra, que abriga um dos campeonatos mais valorizados do mundo, adotou uma política rigorosa para banir a violência dos torcedores.
É fundamental que poder público, clubes e dirigentes abandonem a negligência diante desses atos criminosos. Devemos unir esforços para criar ambientes seguros, livres de racismo e intolerância nos estádios de futebol. A luta contra o racismo é responsabilidade de todos nós.