Educação Financeira serve apenas para os mais ricos?
Nesta semana, viralizou um vídeo no qual a ex-candidata a Presidência da República e atual Deputada Estadual no Rio Grande do Sul pelo PSOL, Luciana Genro, votou contrária e chamou de constrangedora e ridícula a proposta de ensinar educação financeiras nas escolas gaúchas.
Utilizando-se de obviedades como "o problema do pobre é a falta de dinheiro", as palavras da Deputada são um incentivo ao atraso e ao endividamento das famílias mais pobres, considerando que através da educação financeira muitas das famílias com menos recursos poderão se instruir, mudar de vida e crescer.
Num país em que 77,5% das famílias estão endividadas e apenas 35% das pessoas têm algum conhecimento básico em finanças, não podemos desperdiçar as oportunidades que surgem para mudar este cenário.
Seguindo no tema da falta de educação financeira do brasileiro em geral, esta semana uma matéria do portal InfoMoney mostrou que o tempo passa, o tempo voa e a caderneta de poupança continua sendo uma das principais opções de investimento.
O estudo da InfoMoney informa que há mais de 24 mil contas de poupança com saldo superior a R$1 milhão, e que, devido a baixa rentabilidade da caderneta, estes milionários deixam de ganhar até R$2,5 bilhões ao ano - uma vez que, enquanto a poupança rende apenas 6,17% ao ano, a Selic está em mais de 13%.
E quais são os principais motivos para isso? Isso mesmo: a falta de educação financeira. Por não saber ao certo o que fazer com o dinheiro, muitos seguem na poupança.
O tema da educação financeira é muito sério e pode, de fato, mudar vidas. Por este motivo, a exemplo do parlamento gaúcho, também estamos tentando incluir a matéria nas escolas de São Caetano no contraturno escolar. Sabemos que existe grande correlação entre conhecimento sobre finanças e renda, em que os mais diversos estudos mostram que quanto mais instruídos, menos inadimplentes, melhores escores de crédito e melhores escolhas intertemporais, isto é, poder decidir entre algo agora ou no futuro.