Autoteste: podemos ter uma arma poderosa no combate à pandemia
Enquanto escrevo esta coluna, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) está na eminência de divulgar se liberará ou não o uso dos autotestes para a Covid-19 no Brasil.
Considerando que nas últimas semanas vimos o número de casos da doença explodir em todo o país, a liberação seria muito bem vinda, uma vez que a altíssima demanda pelos testes vem dificultando a situação das farmácias e laboratórios, que por vezes não estão conseguindo suprir o alto volume de consumidores.
Há que se ressaltar que o uso da testagem doméstica poderá ser feito por qualquer pessoa, sintomática ou assintomática, e de qualquer idade. Ainda, o uso de autotestes pode ser uma excelente estratégia de triagem, facilitando o mapeamento do vírus e permitindo o isolamento imediato dos casos positivos e tomada de ações para interromper a cadeia de transmissão.
Caso a agência autorize o uso do auto exame, poderíamos nos espelhar em diversos países nos quais este mecanismo já é utilizado com sucesso. Destes, destaco o maior caso de êxito: o Reino Unido.
Para quem não sabe, o Serviço Nacional de Saúde – NHS (o SUS deles!) disponibiliza a testagem de forma gratuita à toda a população. Esta estratégia deveria ser considerada pelo Ministério da Saúde brasileiro, já que ao restringir a testagem de forma apenas comercial pode comprometer o acesso à boa parte dos brasileiros que não poderão pagar para se testar a cada contato ou sintoma leve.
Concluo esta coluna torcendo para que nos próximos dias possamos comemorar a aprovação da autotestagem e que o acesso a esta seja viabilizado a todos os brasileiros. A autotestagem tem potencial de atacar profundamente o surgimento de novas variantes e nos fazer pensar novamente nos dias de normalidade.
Texto: Matheus Gianello
São Caetano do Sul, 20/01/2022